quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Futebol.

Me lembro bem de como funcionava o esquema de assistir aos jogos do brasileirão na casa do meu tio: os Homens chegavam, sentavam e ficavam conversando, a mulher (na verdade ex) dele servia cerveja aos Homens. Sempre vejo os pais incentivando os filhos a torcerem por determinado time, comprando uniformes e colocando na escolinha de futebol. Acontece que (talvez eu esteja sendo preconceituoso) na maioria das vezes esse pai é o mesmo que pergunta, posteriormente, quantas o filho pegou na balada, mataria de porrada se o garoto fosse homossexual, não gosta de nada muito alternativo e acha que o filho deve ser um babuíno que cospe no chão. É claro que nem todos são assim, mas eu não consigo deixar de notar uma relação entre o futebol e a alienação, porque as pessoas são convencidas a esquecerem que o país vai mal para torcerem pelo time do coração, e seguem todas as regras que o sistema dita, passo a passo. Até onde vai essa ligação? Até onde podemos ir sem sermos engolidos pela mídia, que põe dez milhões quatrocentos e setenta e oito mil cento e cinquenta e nove anúncios de qualquer coisa durante uma partida, e que nos domestica a comprar tudinho? E as brigas de torcida? Nada mais são do que a prova de que os torcedores fanáticos são, na maioria das vezes, alienados, acham engraçado e divertido infligir dano ao próximo, só porque ele é torcedor de outro time.
Ah, mais uma coisa: QUEM inventou a ideia de que o torcedor é o décimo segundo jogador? As pessoas teimam em falar umas para as outras, sobre os times, da seguinte maneira: "mas vocês vão descer esse ano, tenho certeza" ou "nós estamos bem, o Fulano veio jogar no nosso time, a gente vai ganhar!" Como assim, cara, qual é o mérito do torcedor em torcer tão fanaticamente? É claro que a torcida influencia no desempenho do time e tal, mas as pessoas BRIGAM e se matam por causa disso! Alguém me explica qual é o rumo dos torcedores brasileiros? Marcos, se habilita? Yago? Obrigado.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poliamor

O que é o amor? Amor é aquilo que sentimos por uma pessoa só de cada vez, aquilo que faz o coração bater mais rápido, a respiração ficar ofegante, o sangue gelar e a barriga dar cambalhota? Ou é simplesmente se sentir bem com alguém, e querer a felicidade dessa pessoa? Penso eu (desculpem a caretice) que é tudo isso misturado. Não consigo acreditar na possibilidade de alguém amar, no mesmo grau, mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Claro, deve ter gente que consegue, mas isso implica em muitos problemas. Como cuidar de duas ou três pessoas, dar atenção e carinho, e construir uma, ops, três relações de amor? Não sei, e acho que a maioria das pessoas que se dizem libertárias também não sabe. Talvez seja possível, só não consigo entender. Alguém me explica, por favor?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Religião.

Um dia rolou na Universidade Federal Fluminense um certo problema envolvendo um missionário norte-americano e alunos, alguns deles homossexuais, outros heterossexuais, que se reuniram em volta do homem para indignar-se contra um cartaz que o mesmo estava segurando. O tal cartaz era:
"Ei, homossexual!
Você acha que Deus vai te perdoar?
NÃO!!!"
Acontece que hoje, caminhando pelo largo da carioca, encontrei o sujeito, que sempre fica no bandejão do campus do Gragoatá, em Niterói. Perguntei (de novo) os motivos para ele ser tão agressivo e desrespeitoso com as pessoas, ele argumentou que está tentando salvá-las. Ora, cada um não tem o direito de ser o que quiser? Não existe uma lei garantindo a liberdade de culto? Na Constituição não está escrito que somos todos iguais? E por que um homem norte-americano vem para o Brasil em 1991 (eu perguntei), só para militar pelas questões religiosas? Meu Deus, por que esse homem não enxerga que cada um tem o direito de seguir o seu próprio caminho espiritual (ou não seguir nenhum)? Acho que as religiões têm sido encaradas de maneira muito errada porque não há conscientização de nada nessa sociedade idiota, mas também porque existem preconceitos que são estimulados pelas famílias, ensinados às crianças, que se tornam adultos preconceituosos. Está em nossas mãos mudar isso, garantir a liberdade de culto e de escolha! Não às opressões!