terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poliamor

O que é o amor? Amor é aquilo que sentimos por uma pessoa só de cada vez, aquilo que faz o coração bater mais rápido, a respiração ficar ofegante, o sangue gelar e a barriga dar cambalhota? Ou é simplesmente se sentir bem com alguém, e querer a felicidade dessa pessoa? Penso eu (desculpem a caretice) que é tudo isso misturado. Não consigo acreditar na possibilidade de alguém amar, no mesmo grau, mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Claro, deve ter gente que consegue, mas isso implica em muitos problemas. Como cuidar de duas ou três pessoas, dar atenção e carinho, e construir uma, ops, três relações de amor? Não sei, e acho que a maioria das pessoas que se dizem libertárias também não sabe. Talvez seja possível, só não consigo entender. Alguém me explica, por favor?

2 comentários:

  1. Achei bem legal a forma como você começou o texto, definindo os conceitos, afinal para falar de “poliamor” é importante estabelecermos o que entendemos por "amor" porque essa palavrinha, assim como tantas outras, adora deslizar pelos sentidos!Vamos lá então, acho que nossas conceituações sobre o amor são bem parecidas...
    Amor e paixão podem existir juntos,essa foi a definição de amor que você deu, mas também separados, sendo paixão esse sentimento intenso que devora e passa, enquanto o amor vai se construindo aos poucos. O amor por consequência, é mais duradouro e permite algo lindo quando acontece: que deixe-se de lado o egoísmo, o individuo aprende assim a dar de sí pelo outro, sem esperar algo em troca, aprende a confiar no outro.
    Essa definição é bem diferente daquela relação egoísta que costumo chamar de “relação umbigo”.Esta, envolve apenas cobranças entre o casal e nela acaba cometendo-se o grave erro de transformar a “pessoa amada” em objeto de posse. Quer-se controlar cada passo do outro, tudo por conta do Medo ,medo de perder. No primeiro desentendimento a relação voa pelos ares, porque nenhuma das duas partes está procurando enxergar o outro, as duas olham apenas para o próprio umbigo e ficam se cobrando o compromisso que estabeleceram entre elas.
    Existe um compromisso no amor, mas diferentemente da relação umbigo este é implícito, ele existe mas o casal não sofre com isso, porque um está olhando o outro, os amantes deixaram de olhar para o umbigo e pensar de que maneira o parceiro pode contribuir para a sua satisfação completa e individual.
    Os poliamoristas concordariam com a minha definição dada no primeiro paraágrafo, e claro acrescentariam que sendo o amor assim, é possível amar várias pessoas ao mesmo tempo. Esses utópicos acreditam então que tendo relações amorosas com várias pessoas elas conseguirão acabar com essa “relação cobrança” ou relação umbigo sobre a qual falei acima. No entanto essa idealização de uma relação “a vários” é como eu disse utopia. Dedicar-se a alguém envolve tempo, envolve conversar envolve se doar, o que poucos estão realmente dispostos a fazer hoje em dia. Doar-se é também arriscar, é aventurar-se explorando o mapa desconhecido do “outro. Se já é bem difícil penetrar no universo de uma pessoa, imagine no de várias? Se não é impossível, é bem raro, ainda mais hoje em dia, se pensarmos na louca corrida que travamos com o relógio no séc XXI .
    Os poliamoristas quiseram simplificar as coisas, quiseram dividir o amor em pedacinhos, o que na verdade não resolve nada, porque o que acabam criando são relações superficiais que não aprofundam muito na verdade .Poucos sabem assumir o secreto “compromisso” que o amor implica:o de doar-se a alguém mas doar-se de formas positiva, não “narcisticamente” como o fazem muitos casais.
    É possível amar várias pessoas, tanto é que dividimos coisas e afirmamos amar nossas famílias e amigos além do nosso parceiro. Mas como você mesmo disse, não "amamos no mesmo grau",as pessoas são diferentes e nos acrescentam de formas diversas. Acho até bem complicado ficar comparando os diversos sentimentos que temos porque cada pessoa é única e a intensidade na verdade, vai se metamorfoseando, como nós.

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  2. Adoro quanto você comenta, pois consegue ser bem abrangente sem perder a linha de raciocínio, e confirma a ideia do blog, que é as pessoas comentarem sobre um assunto que foi "lançado no ar", sem muita explicação...
    Gostei da definição de "relação umbigo", me identifiquei muito pois tive duas... rs
    Concordo com a sua visão, espero que os poliamoristas possam refletir sobre isso, depois de lerem... Beijo grande!

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